Reutilização de resíduos sólidos: O lixo é um problema que não atinge apenas as cidades…
Veja neste artigo o passo a passo para implementar na sua empresa um plano de gerenciamento de resíduos sólidos que seja efetivo.
Não se pode gerenciar o que não se conhece. O primeiro passo para o plano de gerenciamento de resíduos sólidos é determinar quais são os processos que geram resíduos.
Para a identificação das fontes, faz-se necessário percorrer os processos da empresa, uma vez que resíduos podem ser gerados em TODOS eles.
Agora, precisam ser considerados os seguintes fatores:
É fundamental que o processo de gerenciamento de resíduos sólidos contemple toda a estrutura proposta para a gestão dos resíduos e indique claramente os responsáveis por cada atividade.
Durante a etapa de implantação do processo de gerenciamento de resíduos sólidos, deve-se avaliar cautelosamente as pessoas a serem envolvidas nos processos inerentes à gestão de resíduos, as quais deverão ter a competência técnica necessária para conduzir os processos.
As principais razões para preocupar-se com esses dois processos em um processo de gerenciamento de resíduos sólidos são as seguintes:
1. informações quanto às características e os riscos inerentes ao trato de cada tipo de resíduo;
2. orientação quanto à execução das tarefas de coleta, transporte e armazenamento;
3. utilização adequada de equipamentos de proteção individual – EPI necessários às suas atividades;
4. procedimentos de emergência em caso de contato ou contaminação com o resíduo, tanto individual quanto ambiental.
5. a separação deve ser realizada no local de origem;
6. devem ser separados os resíduos que possam gerar condições perigosas quando combinados;
7. deve-se evitar a mistura de resíduos de classes distintas de periculosidade ou incompatíveis entre si. Além disso, os envolvidos com o manuseio de resíduos devem ter conhecimento dos aspectos ambientais de suas atividades, como os significados das cores de materiais.
Em muitos casos, os resíduos requerem algum tipo de pré-tratamento antes do seu encaminhamento. Por exemplo, latas de alumínio para reciclagem precisam ser prensadas antes do transporte para redução de volume. Esse pré-tratamento pode ser conduzido dentro ou fora das dependências da empresa geradora e deve ser especificado no PGR. Caso o pré-tratamento seja conduzido dentro da empresa é necessário verificar com o órgão ambiental sobre a necessidade de licença de operação para o processo em questão.
As variáveis comumente avaliadas na definição da destinação final de resíduos são as seguintes
1. Tipo de resíduo;
2. Classificação do resíduo;
3. Quantidade do resíduo;
4. Métodos técnica e ambientalmente viáveis de tratamento ou disposição;
5. Disponibilidade dos métodos de tratamento ou disposição;
6. Resultados de longo prazo dos métodos de tratamento ou disposição;
7. Custos dos métodos de tratamento ou disposição.
Essa documentação deve ser conhecida e de fácil acesso para todos os envolvidos nas atividades do processo de gerenciamento de resíduos sólidos.
Os documentos básicos de um processo de gerenciamento de resíduos sólidos são os seguintes:
1. Objetivos e metas: é importante que os objetivos atendam a conceitos gerais esperados, enquanto as metas apresentem números a serem alcançados e prazos.
2. Requerimentos legais e outros: todos os requerimentos legais e outros aplicáveis devem estar documentos no processo de gerenciamento de resíduos sólidos e devem ser atualizados constantemente.
3. Procedimentos escritos, detalhando cada uma das atividades envolvidas no processo de gerenciamento de resíduos sólidos e seus responsáveis: todas as atividades envolvidas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos devem estar balizadas por procedimentos escritos, cujo nível de detalhamento será estabelecido na etapa de planejamento, sendo específico para cada empresa.
4. Protocolos de auditorias internas e de terceiros: para a realização das auditorias internas e dos terceiros que prestam serviço para a empresa em determinadas atividades constantes do PGR, devem ser desenvolvidos protocolos específicos, documentados.
5. Indicadores para acompanhamento do plano de gerenciamento de resíduos sólidos deverão estar devidamente documentados, possibilitando a comparação dos mesmos em diferentes períodos.
6. Fichas de resíduos:devem estar descritas todas as características do resíduo e suas formas de gestão.
Após realizar a implementação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, conforme apresentado no 2º passo, é importante conduzir seu acompanhamento e promover ações corretivas quando necessário.
O monitoramento do processo de gerenciamento de resíduos sólidos deverá ser conduzido através da criação de indicadores vinculados a resíduos (quantitativos, qualitativos e financeiros), fundamentais para a avaliação do desempenho da empresa, para a mensuração dos ganhos econômicos e ambientais e para a criação de metas e objetivos futuros; garantindo, assim, a melhoria contínua do desempenho ambiental.
Os indicadores devem ser criados durante a implantação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos e reavaliados ao longo do seu funcionamento, de forma a espelhar da melhor maneira possível a eficácia dos processos conduzidos para o gerenciamento de resíduos na empresa.
As medições dos indicadores selecionados devem ser guardadas por períodos de tempo determinados e comparadas periodicamente.
É importante sempre fazer uma análise crítica dos resultados das medições de acordo com resultados históricos e/ou esperados para aquele indicador específico. Alguns exemplos de indicadores são:
– Quantidade de pilhas e baterias trocadas (mensal);
– Quantidade de baterias substituídas por recarregáveis;
– Custo para envio das baterias para reciclagem.
Para garantir que o processo de gerenciamento de resíduos sólidos está operando de forma correta e sua melhoria contínua, o melhor método é realizar auditorias internas (etapas do PGR conduzidas na empresa) e auditorias externas (nos terceiros).
1. Auditorias Internas: devem ser conduzidas periodicamente em todas as etapas do gerenciamento.
O processo de gerenciamento de resíduos sólidos deverá indicar claramente a periodicidade para realização das auditorias internas e deve conter um protocolo para a realização das mesmas. O protocolo deve ser específico para cada empresa e deve conter um checklist das questões vinculadas a resíduos que devem ser avaliadas durante a auditoria interna.
2. Auditorias nos terceiros: é fundamental realizar auditorias nas dependências dos terceiros contratados para conduzir quaisquer etapas do gerenciamento dos resíduos. Vale lembrar que o gerador dos resíduos sempre terá responsabilidade legal pelos mesmos até a sua destruição final.
Da mesma forma que as auditorias internas, o processo de gerenciamento de resíduos sólidos deve definir claramente a periodicidade destas auditorias.
Não-conformidades e ações preventivas e corretivas
O resultado das auditorias e da análise dos indicadores informará sobre possíveis desvios do processo de gerenciamento de resíduos sólidos, que são chamadas de não conformidades (que podem ser desvios legais, técnicos e até mesmo relações custo/benefício que podem ser melhoradas).
Depois de conhecidas as não-conformidades, devem ser estabelecidas ações corretivas e preventivas, de forma que as mesmas não se repitam no futuro.
Todos os registros relativos a resíduos devem ser devidamente guardados. Esse procedimento, além de atender a requisitos legais, facilita o acompanhamento do processo de gerenciamento de resíduos sólidos pelos responsáveis por cada etapa dos processos. De acordo com a DZ 1310 R.7, da FEEMA, que estabelece o Sistema de Manifesto de Resíduos, o gerador deve produzir apenas quatro vias do manifesto para cada movimentação e para cada tipo de resíduo.
Para cada resíduo destinado para fora da unidade, deve-se providenciar também:
1. Documento de saída do resíduo, informando quantidade, destino, data, meio de transporte e percurso a ser percorrido.
2. Documento de chegada do resíduo ao seu destino (pode ser o documento de saída protocolado junto ao receptor com a data e a hora de chegada ou um documento específico para ser assinado pelo receptor do resíduo).
3. Documento emitido pelo receptor do resíduo informando a data e a hora em que o resíduo foi processado, tratado, incinerado, aterrado, etc. e o processo de tratamento ou disposição utilizado.
Esses documentos devem ser mantidos pela empresa para resguardá-la em caso de haver quaisquer problemas em um dos receptores de resíduos.
Fonte: O passo-a-passo foi retirado do Manual De Gerenciamento De Resíduos, do SEBRAE.