Reutilização de resíduos sólidos: O lixo é um problema que não atinge apenas as cidades…
A Lei Nacional n° 10.035/10 — que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos e, por extensão, da reciclagem de papelão — teve aprovação relativamente recente. A questão da prevenção e reciclagem de resíduos, entretanto, é uma preocupação antiga de ambientalistas e pessoas que não atuam diretamente na área.
Esses profissionais creem que trata-se de um assunto prioritário para a garantia da qualidade de vida humana e preservação do meio ambiente como um todo. O que é novidade, no entanto, é a preocupação crescente das empresas com o descarte correto e reciclagem dos resíduos gerados.
Neste artigo, vamos ajudar você e sua empresa a acertarem o passo com essa tendência. O objetivo é contribuir para ao futuro do planeta, estar de acordo com as legislações ambientais mais recentes e ainda lucrar com esse processo. Leia até o fim!
O Brasil, país reconhecido por ser o maior reciclador de alumínio, proveniente principalmente dos coletores de latinhas de refrigerante e cerveja, tem potencial para se tornar também o maior reciclador de outros materiais.
Um exemplo é o papel, cuja reciclagem tem sido reconhecida como uma das atividades mais rentáveis para o país, nos últimos anos. Na sequência, você conhecerá diversos pontos sobre a reciclagem de um tipo específico de papel, o papelão: seu processo de produção e reciclagem, os dados do seu reaproveitamento no Brasil, principais benefícios para as empresas e outros dados.
Mas, antes, vamos entender um pouco melhor sobre a classificação dos diferentes tipos de papéis que podem ser reciclados.
Segundo dados do Centro Universitário de Brasília, em pesquisa realizada em 2011, o consumo de papel nas décadas de 90 e 2000 foi recorde, quando comparado a décadas anteriores do século XX.
O Brasil consumia aproximadamente 7 milhões de toneladas de papel anualmente. Assim, fica fácil perceber a importância que a reciclagem desse material representa para os diversos atores envolvidos em seu ciclo de produção, uso e descarte.
Mas, para que ele possa ser reaproveitado, é necessário conhecer quais tipos de papéis, além do papelão, são recicláveis. Veja, abaixo, quais são eles:
Ou seja, uma grande variedade de papéis pode ser reciclada e utilizada com a mesma qualidade dos produzidos tradicionalmente. Mas, como é feita a reciclagem do papel, em especial a do papelão?
Trata-se de um processo que pode mudar dependendo da gramatura e outras características desse material.
De maneira geral, a reciclagem de papelão inicia-se com seu trituramento, a fim de obter uma espécie de pasta de celulose. Depois, essa pasta é peneirada, para que todas as impurezas sejam retiradas, incluindo pedaços de plástico, metal e fitas adesivas não recicláveis.
Para que a tinta possa ser retirada do papelão, ele é submetido a um processo químico evolvendo uma solução de água e soda cáustica. Então, passa por um processamento físico da pasta para melhorar a qualidade das ligações entre as fibras de celulose. Finalmente, a pasta de celulose está pronta para ir à máquina que produz o papelão.
Além disso, o processo de produção dessa mesma tonelada de papel requer de 44 a 100 mil litros de água e de 5 a 7,6 kW de energia. Tal ação gera 88 kg de resíduos sólidos e 18 quilos de poluentes orgânicos.
Existem benefícios ambientais, legais e financeiros para as empresas que se propõem dar a destinação correta aos seus resíduos, de forma geral, e investir especificamente na reciclagem de papelão.
Abaixo, listamos vários desses benefícios. Acreditamos que, depois de conhecê-los, você vai se perguntar porque ainda não deu início a esse processo na sua organização ou indústria.
Preservação do meio ambiente e economia de madeira
A primeira grande vantagem fica por conta da preservação de áreas que seriam destinadas ao plantio de árvores não nativas, possibilitando a conservação da fauna e flora locais.
Analisar todos os processos químicos e recursos necessários para a reciclagem do papel expostos acima pode parecer uma tarefa dispendiosa. Mas é preciso lembrar que nenhuma atividade está livre de riscos, e que a produção de papel “novo” requer ainda mais técnicas e recursos.
Para se ter ideia, a produção de 1 tonelada de papelão demanda 2 toneladas de madeira, o que corresponde a aproximadamente 15 árvores adultas.
Esses dados ficam ainda mais preocupantes se pensarmos que as árvores utilizadas para a produção de papel não são nativas. Um exemplo é o eucalipto, planta originária da Austrália e que requer uma grande quantidade de água para crescer rapidamente, prejudicando os lençóis freáticos brasileiros.
Além disso, a necessidade de água — seja do lençol freático para a alimentação da planta, seja dos reservatórios e poços artesianos para o processo de produção do papelão — diminui, preservando esse precioso bem.
Também é necessário lembrar que a produção de energia implica em degradação do meio ambiente, seja pela construção de reservatórios para usinas hidrelétricas, queima de carvão em usinas termoelétricas ou utilização de materiais radioativos em usinas nucleares.
Em outras palavas, quanto menor a necessidade energética na produção do papelão, menor a degradação do meio ambiente.
A reciclagem desse material é significativamente econômica nesse ponto, e pode sair relativamente mais barata, inclusive, do que o valor pago para se livrar do acúmulo de papelão em indústrias, por exemplo.
O benefício financeiro para as empresas que adotam o papelão reciclável está na redução dos custos de compra. Isso porque um material reciclável é mais barato, justamente por utilizar menos recursos e energia para ser produzido.
Além disso, muitos estados e prefeituras do Brasil fornecem incentivos fiscais às empresas particulares que adotam boas práticas em gestão de resíduos sólidos. Quanto menos impostos e taxas a pagar, maior a margem de lucro do negócio.
Ou seja, você não perde tempo ao se atualizar sobre a legislação e aplicar o que aprende na adequação do seu negócio às normas vigentes.
Segundo o Relatório Anual Ibá 2016, 85% da energia utilizada para produzir papel e celulose, no Brasil, vem de fontes não renováveis. Muito mais interessante do que substitui-la por matrizes energéticas que podem ser renovadas, no entanto, é garantir a reciclagem do papel.
Essa atividade é, também, mais barata, já que a opção por energias renováveis não raro encarece a produção. Ou seja, reciclar o papel e o papelão é correto ambientalmente e mais barato do ponto de vista energético.
Indústrias de todos os ramos acumulam papelão naturalmente. Equipamentos, matéria-prima, peças e outros insumos produtivos vêm embalados nesse material e, ao fim de poucas semanas, uma enorme quantidade já se acumulou.
Jogar o papelão no lixo não é econômico e nem sustentável. Ao optar pela reciclagem desse tipo de papel, você ganha espaço físico, evita o desperdício e ainda consegue diminuir seus custos produtivos, num processo semelhante ao que acontece quando se livra da sucata.
A sustentabilidade ambiental tem enorme apelo aos consumidores. Por meio da obtenção de selos ambientais, os produtos e serviços ofertados por sua empresa têm maiores chances no mercado. Na prática, isso significa mais vendas e maior lucratividade.
Já nos anos 90 e 2000, auge do desmatamento, os potenciais clientes de empresas que utilizavam recursos naturais na produção começavam a se informar e comprar conscientemente.
Depois da popularização da internet, o assunto sustentabilidade ganhou ares de urgência, e dados sobre esse tema circulam rapidamente em grupos de discussão de Facebook e WhatsApp, além de sites e blogs especializados.
Ou seja, a tendência é que os consumidores reconheçam os esforços de uma marca que investe em sustentabilidade e, em alguns casos, até considerem pagar mais caro por produtos que não consomem recursos naturais desordenadamente.
Por tudo que explicamos neste artigo, você e sua empresa não podem deixar de investir na reciclagem de papelão para aumentar sua lucratividade.
Para a compra e venda do papelão e outros resíduos sólidos recicláveis, conte com a Faciles. Nós atuamos em todas as etapas da negociação e garantimos a redução dos custos operacionais do processo para o seu negócio, além de executarmos todas essas atividades de maneira transparente.
Além da reciclagem de papelão, há outro tipo de resíduo sólido que, se mal gerenciado, pode gerar muitas dores de cabeça para empresas: a sucata. Veja, no nosso artigo sobre o tema, como lidar com esse resíduo, dando a ele a destinação correta e lucrando no processo!
Categoria: Compras