Como destinar sucatas da maneira correta? Conheça a legislação brasileira. Implantada em 2010 pela Lei…
O Brasil é um país com um elevado índice de descarte de resíduos sólidos provenientes da indústria. O descarte efetuado de maneira inadequada gera uma série de problemas ambientais, financeiros e sociais. Por isso, há a necessidade efetiva de um plano de gestão de resíduos industriais (PGRS) nas empresas.
Trata-se de um modelo de gerenciamento que orienta os profissionais a tratar e destinar os resíduos sólidos da forma certa, respeitando suas próprias características. Os planos atuam como um mapa para a empresa saber o que fazer com os dejetos industriais, direcionando-os para uma fonte de reciclagem, biodigestor ou indústria de compostagem.
Neste post, falaremos sobre o plano de gestão de resíduos industriais, especificamente para a sucata, abordando a importância e analisando os processos envolvidos na gestão de resíduos industriais sólidos!
O primeiro passo necessário é efetivar um diagnóstico do local, observando a situação dos resíduos industriais em relação à poluição visual, vetores de doenças e à existência de materiais nocivos entre a sucata.
O diagnóstico é fundamental para o sucesso do plano de gestão, pois contribui para definir as potencialidades do processo, ou seja, entender o que a indústria já está fazendo com a sucata de maneira eficaz. Ele também ajuda a definir os problemas que precisam de mais atenção para solucionar e reduzir os agravos dos resíduos sólidos.
Já a elaboração do plano de gestão de resíduos industriais envolve o diagnóstico levantado, juntamente da legislação brasileira, para a montagem do gerenciamento propriamente dito.
Conforme as regras da ABNT (Resolução 420), as indústrias devem enviar uma ficha de emergência em um envelope que autentica a empresa como formuladora do plano e assegura que ela está apta para efetivar o processo.
Para que o PGRS seja corretamente efetuado, os colaboradores devem estar cientes de como fazer o descarte, pois a educação ambiental faz parte do processo de gestão e deve envolver todos os indivíduos. O material que será recolhido deve ser manuseado por profissionais capacitados, com conhecimento das rotas de transporte.
Eles devem ainda saber como lidar de forma certa com a sucata, diminuindo as possibilidades de acidentes durante o manuseio de resíduos sólidos. É fundamental respeitar as normas de segurança do PGRS, a fim de evitar transtornos, como acidentes e contaminações, além de possíveis multas.
Uma das etapas da gestão de resíduos industriais é o transporte. Para realizar o transporte de sucata, a indústria deve emitir o Licenciamento Ambiental e adquirir a DRTP (Declaração de Transporte de Resíduos Perigosos).
A sucata, por ser classificada como resíduo perigoso, deve ser recolhida por motoristas capacitados, que saibam como fazer o adequado transporte dos resíduos sólidos industriais. Esses profissionais precisam fazer o curso de Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP).
No caso da sucata, não se trata de produto com alto nível de periculosidade, mas, como a classificação é feita pela legislação brasileira, exige o transporte feito por motoristas com a MOPP em suas carteiras de habilitação.
Os resíduos sólidos industriais não devem ser guardados juntos, mesmo vindo do mesmo local. Eles devem ser armazenados de acordo com uma classificação, observando os seguintes pontos: natureza, grau de periculosidade, funcionalidade e destinação.
O armazenamento sem segregação trará muito trabalho para uma separação adequada posteriormente, podendo causar até a inutilização desse resíduo industrial. Além disso, resíduos industriais diferentes e misturados, dependendo de sua natureza podem oferecer riscos às pessoas.
Cada material deve ser separado de acordo com as especificações da ABNT. A gestão dos resíduos sólidos é fundamental para garantir que o material descartado seja realmente útil. Como se trata de sucata, o material é metálico e não pode ser misturado com papel, vidro, plástico, rejeito, produto orgânico e eletrônico.
Outra medida indispensável é a atualização dos registros dos resíduos sólidos, como:
Além desses, os outros pontos devem ser mencionados e atualizados sempre que necessário.
Já falamos sobre a importância de fazer o descarte seletivo para a gestão de resíduos industriais, conforme a natureza do material. Apesar de parecer simples, alguns processos precisam ser adicionados aos que já existem na indústria para que o descarte adequado seja efetivo.
Essa etapa deve ser, portanto, implementada gradualmente, pois é necessário ter um programa de educação ambiental para os funcionários se adaptarem à nova orientação da companhia.
A indústria, de modo geral, já esteve associada à poluição da natureza e à destruição do meio ambiente. Com o plano de gestão de resíduos industriais, ela tem a chance não só de mudar esse paradigma, como também de se tornar sustentável. Trata-se, portanto, de uma mudança na gestão que precisa ser percebida e praticada por todos os colaboradores, por meio da alteração na cultura organizacional da empresa.
As vantagens da gestão de resíduos industriais não passam somente pela mudança de percepção da sociedade sobre o que é uma indústria, mas traz também melhorias na gestão da empresa como um todo, incluindo um alto nível de produção.
Na busca pela preservação dos recursos ambientais, as indústrias podem ter papel mais ativo e serem agente de mudança ao produzir seus produtos causando o mínimo de impacto possível ao meio ambiente.
Esse é o objetivo que o PGRS oferece e exige cumprimento. Há diferentes opções para o material: ele pode ser reciclado, destruído ou reutilizado.
Em relação à sucata, o Brasil é um dos principais produtores do mundo. A sucata também é o resíduo sólido de metal mais importante das indústrias e até da sociedade como um todo. São exemplos de sucatas as máquinas descartadas, os veículos que estão fora de operação e diferentes equipamentos com vida útil encerrada.
A legislação que trata da destinação da sucata é a Lei nº 12.305/2010, chamada de Política Nacional de Resíduos Sólidos. A sucata comum, composta por metais ferrosos e não-ferrosos, é classificada como resíduo de baixo risco de dano ambiental (não-perigoso). Existem, contudo, os metais pesados, classificados de “perigosos”, como o urânio.
A legislação proíbe que a sucata seja jogada em terrenos e nas fontes de água (mares, rios, lagos). Mesmo que o terreno pertença à indústria, a lei proíbe o descarte nessas condições, devido à poluição dos recursos naturais.
Algumas sucatas precisam de descarte especial, como as de baterias, equipamentos de radiografia, tanques de combustível (depois de realizada a descontaminação), peças de metal envolvidas em óleo e outras.
A sucata deve ser levada a um centro de triagem e reciclagem. Os metais perigosos ou contaminantes só podem receber tratamento de empresas que tenham o CTF (Cadastro Técnico Federal), fornecido pelo IBAMA.
Um dos primeiros passos deve ser a contratação de profissionais especialistas, ou de empresas especializadas em planejamento de gestão de resíduos industriais. Esses profissionais e empresas ajudarão a planejar e executar os próximos passos, avaliando as necessidades da empresa e indicando o melhor direcionamento para a sucata, de acordo como o tipo de resíduo industrial.
Algumas empresas especializadas contam com a presença de engenheiros e arquitetos em seu corpo técnico. O apoio desses profissionais no planejamento da gestão de resíduos industriais evita que se cometam erros por falta de conhecimento do assunto, especialmente em relação ao que determina a lei. Eles poderão mostrar, inclusive, como é possível ganhar dinheiro, vendendo a sucata da indústria.
Administrar de forma mais planejada os resíduos sólidos é mais do que se alinhar à sustentabilidade, é também garantir a prática efetiva e sistemática da gestão do lixo gerado na sua empresa e manter-se em conformidade com as normas jurídicas brasileiras.
De acordo com a Lei nº 12.305\2010, da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, esse conjunto de ações por parte de uma empresa é fundamental para garantir o reaproveitamento e a reciclagem de uma forma que os rejeitos produzidos sejam reduzidos.
Como a adaptação das corporações rumo à condição de sustentabilidade é algo complexo, isso não se pode ser realizado sem uma regulação legislativa para tratar especificamente de informação e material sobre o assunto, incluindo diretrizes sobre o que as companhias devem seguir.
Por isso, existem órgãos e legislação reguladores, que servem como norteadores para empresas que geram resíduos industriais, possam caminhar rumo à qualificação ambiental efetiva.
Entre essas regulamentações, há a mais recente, criada em 2010, que já foi mencionada nesse tópico: a Lei nº 12.305\2010. Essa Lei estabelece as diretrizes para a correta destinação do lixo orgânico e inorgânico produzido industrialmente.
Além disso, ela também sugere a correta destinação, transporte e coleta desses materiais pelos órgãos públicos, que devem ser encaminhados para aterros sanitários e coletas seletivas, conforme especificado.
Porém, mais do que se adequar à legislação e ser sustentável, existe um ponto importante que precisa ser comentado quando se fala em gestão de resíduos industriais.
Ao inserir novas atividades no processo de produção de uma indústria para torná-la menos produtora de resíduos sólidos industriais, há ganhos de maneiras que não eram possíveis anteriormente.
As sucatas, por não serem propriamente lixo e, portanto, descartáveis, podem se tornar agentes ativos no faturamento da companhia, por meio da venda, da reciclagem e da reutilização desses resíduos.
Além do mais, a inserção de novas tarefas, com o objetivo de reduzir a sucata e por consequência, reduzir perdas, também melhoram os processos de produção na indústria.
Esses dois pontos garantem duplamente a melhoria no faturamento da empresa e maiores lucros. Vamos explicar melhor no próximo tópico!
A partir da chamada política dos três R’s: reduzir, reutilizar e reciclar, já se deduz que uma empresa pode obter vantagens ao reduzir a quantidade de lixo produzido e também com a reutilização direta dos seus materiais. Entenda melhor abaixo!
Se uma empresa reduz e consegue reaproveitar seus materiais, fazendo melhor gestão dos seus resíduos industriais, é natural que ela aumente os lucros finais da empresa no médio e longo prazo.
Esse benefício pode gerar alterações nos processos produtivos da empresa no curto prazo, que podem até incluir perdas no tempo de produção e na produtividade dos colaboradores, inclusive devido aos treinamentos sobre novos processos para produção e descarte adequado dos resíduos industriais.
Entretanto, o ganho final compensa, por meio do aumento na produtividade, maior eficiência dos processos de produção e menor gasto com insumos, que podem ser reaproveitados ou reutilizados, diminuindo o custo da produção.
A possibilidade de vender os resíduos não perigosos, também é um dos benefícios extras de ter uma gestão de resíduos industriais eficaz, beneficiando outras cadeias produtivas, que podem usá-los como matéria-prima para outras indústrias, gerando um ciclo positivo que beneficia empresas, sociedade e poder público.
Conforme mencionado, há leis reguladoras que visam garantir a correta destinação dos resíduos industriais, as quais as empresas precisam obedecer. Caso contrário, ela está sujeita a multas e até a perda da licença operacional.
Quando uma empresa mantém a conformidade com as leis e se mostra preocupada com a boa gestão, ela pode estabelecer campanhas institucionais e publicitárias, com destaque para os recursos financeiros e humanos dedicados à preservação e conservação da natureza.
O marketing verde, também conhecido como ecomarketing, está trazendo bons resultados para as empresas que investem neste tipo.
Além de melhorar a imagem empresarial para os consumidores e fornecedores, facilita a obtenção de certificação ambiental emitida por órgãos, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas.
O tempo em que as indústrias não levavam em consideração os danos ao meio ambiente com a sua cadeia produtiva acabou, não só pela legislação mais rigorosa, mas também pelo desejo do consumidor de consumir produtos que sejam menos poluidores e mais sustentáveis.
Como foi dito, o maior alinhamento com a sustentabilidade pode potencializar a propaganda promocional do marketing ambiental, o que se torna um diferencial no mercado consumidor e ainda pode garantir vantagens fiscais.
Além do mais, apoiar projetos sociais e ambientais promovidos também pode ser uma chance de a empresa obter vantagens comerciais por meio do marketing e, ainda, conseguir reduzir as taxas cobradas pelo Imposto de Renda.
O plano de gestão de resíduos industriais ajuda a tornar a indústria mais competitiva, evitando problemas com os órgãos fiscalizadores e as consequentes penalidades (incluindo as multas altas).
A melhoria na imagem da empresa perante a sociedade melhora, pois a partir de então ela se posiciona como um agente de transformação da sociedade com relação à sustentabilidade, favorecendo a expansão dos negócios, com a aprovação dos clientes, parceiros comerciais e do mercado.
Para conquistar boas parcerias comerciais, é preciso dar o primeiro passo em busca da primeira parceria sustentável. A Faciles está pronta para ser parceira do seu negócio e oferecer o suporte necessário para aumentar a rentabilidade da sua empresa e tornar o seu negócio mais sustentável!
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Categoria: Sucatas